O HOMEM ARMADO (Palmares, 2004)

 




(Ilustração : GOOGLE IMAGENS) 



O HOMEM ARMADO 


A casa armada 

Não é morada  

Lar que se quer 

Doce aconchego 

Verde se ver, primaveril  

Ninho de infâncias  

Alegrias juvenis  

Refúgio de encontros  

Amores despertando  

Portas e janelas 

Um canto de concreto 

De azul paz 

Nas mãos do homem e da mulher.  


A rua armada 

Não é rua, caminho  

De encontros ladrilhados  

Espaço seguro 

Sem espantos e medos 

Artéria pulsante 

Da real vivência 

Na cidade dos homens  

Que se quer humana.  

A rua armada  

A ninguém irmana.    


A cidade armada  

Nem cidade é :   

Um antro qualquer, 

Terra arruinada, 

Deserto de almas 

Cadela enlouquecida 

De fúria coletiva 

Maldito mundo  

Universo finado 

Onde os homens se calam 

E os maus triunfam.  


A Pátria armada 

Não tem hino ou bandeira  

Governantes e cidadãos 

Não tem corpo, território amado, 

Nem identificado coração.   

A Pátria armada 

Só tem dinheiro e armas 

Não fabrica Paz 

Nem procria Alegria. 

Em suas casas ruas e cidades  

A Pátria armada 

Destrói Vidas 

Como números inúteis. 

Todos os dias 

O sangue sacrificado semeia mortes : 

A Pátria armada 

Enlameada constrói 

Com a sua monstruosidade 

A Eternidade do Nada. 


A Pátria armada  

É só uma Mãe Assassina  

E assassinada.   



Juareiz Correya  

(Palmares, 23/05/2004)



Comentários

  1. poesia: nosso instrumento de paz, caríssimo poeta......

    ResponderExcluir
  2. Meu amigo, tu és o homem armado com a poesia que defende os valores mais sagrados do coração humano. Poesia salvadora da Pátria e dos seus cidadãos. Grande abraço!!!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

ALMA BRASILEIRA

AO NASCIMENTO DO SÉCULO 21 E DO TERCEIRO MILÊNIO